quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

A Rainha da Neve - Andersen

Bordado por Zélia Melo
Um maldoso anão tinha fabricado um espelho mágico, que transformava em más pessoas, todos os que nele se olhassem. Mas o espelho quebrou-se e seus pedaços se espalharam pelo mundo. Dois deles foram para uma sacada onde brincavam duas crianças, Gerda e Pedro, e penetraram nos olhos e no coração do menino que, naquele momento, se transformou no pior garoto da cidade.
Um dia de inverno, Pedro passeava pelas ruas cobertas de neve no seu pequeno trenó quando viu passar um grande trenó branco. Enganchou o seu trenó naquele e foi arrastado numa corrida vertiginosa. Logo viu, com terror, o misterioso veículo sair das muralhas da cidade e precipitar-se pelos campos. Por fim, o trenó se deteve e dele desceu a Rainha das Neves, completamente vestida de branco, que se inclinou para o menino e lhe deu um beijo gelado. Ao sentir aquele beijo, Pedro adormeceu. A Rainha o tomou nos braços e o levou ao seu longínquo país.
Os dias passaram e Gerda esperava Pedro, que não voltava. Afinal, resolveu ir procurá-lo pelo mundo. Dirigiu-se para o rio, subiu numa barquinha e deixou-se levar pela correnteza. A embarcação, depois de muito navegar, foi deter-se num jardim cheio de flores onde havia uma velha, que acolheu carinhosamente a menina Gerda e a conduziu a uma pequena casa feita de vidros coloridos. Ali penteou-a com um pente mágico e a menina se esqueceu de tudo e ficou naquele jardim encantado vivendo muito feliz. Um dia, entretanto, viu umas rosas, que lhe recordaram o roseiral que plantara com a ajuda de Pedro na pequena sacada de sua casa. Então lhe veio à mente a lembrança do amigo desaparecido. Resolvida a encontrá-lo, fugiu para o bosque e caminhou muito, sem sentir-se cansada, até que encontrou uma menina, que morava numa casa meio em ruínas. A desconhecida, ao ouvir a história de Gerda, quis ajudá-la e levou-a para sua casa, onde perguntou aos pombos, pousados no telhado, se sabiam alguma coisa a respeito de Pedro. “Sim!” responderam eles, “A Rainha das Neves o levou com ela”. 
A menina do bosque deu-lhe, então, um magnífico cervo, que possuía havia tempo, dizendo ao animal: “Devolvo a sua liberdade mas, em troca, leve esta minha amiga ao palácio da Rainha das Neves, que se acha em seu país.” Em seguida, ajudou Gerda a montar no animal, que partiu em disparada. Atravessaram campos, bosques, pântanos e, por fim, chegaram à Finlândia, onde estava situado o castelo da Rainha e o cervo fez a menina descer no jardim.
Ao ficar sozinha, Gerda viu caírem a seu redor grandes flocos de neve, que se juntaram, procurando afogá-la. Mas a menina rezou com fervor e, imediatamente, tudo se acalmou. Então, a menina entrou no castelo, onde encontrou Pedro, que estava só e não a reconheceu. Gerda o abraçou, chorando, e suas lágrimas penetraram no coração do menino, fizeram sair o fragmento do espelho que havia encravado nele. Pedro também chorou e, desse modo, o outro fragmento que havia penetrado nos seus olhos, também saiu. O menino, só então, reconheceu sua pequena amiga e com ela fugiu daquela prisão gelada. O cervo os esperava para levá-los de volta ao seu país.

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