sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A princesa e a Ervilha - Julho


A Princesa e o grão de ervilha

Andersen






Era uma vez um príncipe que queria se casar e decidiu ir pelo mundo afora buscar uma verdadeira princesa.
 Montando em seu belo cavalo ele viajou pelos reinos mais distantes, de Norte a Sul e de Este a Oeste, à procura da princesa de seus sonhos, encontrou um número incalculável de princesas, algumas muito lindas,  mas nenhuma fez seu coração bater com força.
O príncipe retornou ao seu castelo, onde seus pais o esperavam, desiludido,  pois gostaria muito de ter encontrado uma princesa de verdade.
Uma  certa noite, uma trovoada terrível sacudiu o palácio e desabou uma tempestade no reino. Eram relâmpagos iluminando o céu, raios estrondosos, vento assobiando nas arvores e um aguaceiro sem fim no castelo! Em meio aos trovões, uma pobre menina, completamente perdida,  caminhava debaixo da chuva.
 Chegou diante do palácio e bateu na porta. O rei em pessoa foi atender – os criados estavam ocupados enxugando os cômodos cujas janelas foram abertas pela tempestade – e com espanto e piedade olhou para a menina, que tremia de frio e de cansaço parada na porta do castelo.
A menina dizia ser uma princesa. Mas estava encharcada de tal modo que os seus cabelos estavam em frangalhos, as roupas grudadas ao corpo, os sapatos enlameados, as meias quase desmanchando; apesar de tudo tinha um belo aspecto.  Era difícil acreditar que fosse realmente uma princesa!
Porém, a moça tanto afirmou que era uma princesa que a rainha pensou numa forma de provar se o que dizia era verdade.
Ordenou que sua criada de confiança empilhasse muitos colchões, cobertores e lençóis no quarto das visitas e, sem que a hóspede soubesse, colocou embaixo deles um pequeno grão de ervilha verde. Aquela seria a cama da hóspede da moça que se dizia princesa.
Quando foi dormir, após um bom banho e já com roupas secas e quentes, a moça estranhou a altura da cama, mas conseguiu, com a ajuda de uma escada, se deitar.
No dia seguinte, a rainha perguntou como ela havia dormido.
– Oh! Senhora, não consegui fechar os olhos – respondeu a moça – havia qualquer coisa tão dura na minha cama que me deixou até com manchas roxas nas costas e me foi impossível dormir !
O rei, a rainha e o príncipe se olharam com surpresa e o príncipe sorriu com um ar feliz. A moça era realmente uma princesa! Somente uma princesa verdadeira teria pele tão sensível para sentir um grão de ervilha sob tantos  colchões e lençóis!
O príncipe, realizado, se casou com a princesa. A ervilha foi colocada no tesouro real e, se ninguém a roubou, ainda está por lá...
Portanto, esta é uma história real!

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