Bordado por: Ana Deister
Era uma vez um moleiro que tinha
uma filha muito bela. Um dia, o príncipe do lugar passou pela casa do moleiro,
e vendo a menina, elogiou-lhe a beleza. O pai, entusiasmado, resolveu gabar-lhe
as qualidades, e disse que ela, além de bela, era capaz de fiar palha e
transformá-la em ouro. Como o príncipe era muito ganancioso, na mesma hora
ordenou aos seus guardas que a levassem para o castelo. Lá, ele a prendeu numa
torre cheia de palha, e deu-lhe um dia para que a transformasse todinha em
ouro, senão, seria enforcada. Deixada a sós, ela começou a chorar. Então,
apareceu diante dela um anãozinho muito esquisito e feioso:
- Por que choras, linda menina?
- Porque preciso transformar toda
esta palha em ouro, ou serei enforcada.
- E o que me darás se fizer este
serviço para você?
A moça tirou o colar que tinha
sido herança da mãe, e entregou-o ao anão. Ele num instante sentou-se à beira
da roca, e fiou toda a palha em ouro.
O príncipe ficou felicíssimo
quando viu aquele monte de ouro. Então, transferiu a moça para um cômodo ainda
maior, com mais palha ainda, e ordenou que ela a transformasse em ouro, senão,
seria enforcada. Tudo se passou como na noite anterior. O anãozinho veio,
recebeu o único anel que era lembrança da avó da moça, e fiou toda a palha em
ouro. Ainda mais entusiasmado com o feito, o príncipe colocou a moça num cômodo
ainda maior, e prometeu que se ela fiasse toda a palha que estava lá em ouro,
ele se casaria com ela. Naquela noite, o anãozinho apareceu de novo ante as
lágrimas desesperadas da moça. Como ela já não tinha mais nada a oferecer em
troca dos seus serviços, fê-la prometer que lhe daria o primeiro filho depois
de casada com o príncipe. Ela prometeu, porque tinha pavor de morrer enforcada.
O anãozinho passou a noite toda fiando aquele monte de palha em ouro.
O príncipe cumpriu a promessa e
se casou com a moça. Quando ela teve o primeiro filho, o anãozinho apareceu para
cobrar a dívida. Ela chorou, implorou, arrancou os cabelos, mas nada demovia a
criatura da sua decisão de levar consigo o menino. Por fim, ele concordou em
deixar o menino com ela, se ela conseguisse descobrir seu nome em três dias. A
moça fez uma lista interminável de nomes, e recitou-os no primeiro, depois no
segundo dia, e nenhum deles, nem os mais estapafúrdios correspondiam ao do
anão. Ele já se rejubilava, certo de que a criança seria dele. A moça então
pediu para sua criada sair pelo reino afora anotando todos os nomes estranhos
que encontrasse. Quando a criada voltou, disse não ter nenhuma novidade, mas
contou que, quando passava pela floresta, tinha encontrado uma estranha
criatura, como um duende, dançando em volta de uma fogueira e cantando uma estranha
canção:
“ha há ha ha há
Ninguém nunca vai saber
passe frio ou passe fome
Rumpelstiltskin é meu nome!”
A moça não cabia em si de
contente, porque tinha certeza de que a criada tinha encontrado o anãozinho que
a estava chantageando.
No último dia, ele chegou certo
de que levaria consigo a criança. A moça, para disfarçar, falou muitos nomes
antes de chegar ao tal Rumpelstiltskin. Quando ela pronunciou o nome, o
anãozinho ficou furioso. Rodava e gritava : “Foi o diabo que te contou! Foi o
diabo que te contou!”, e rodopiava e batia o pé no chão com tanta raiva e tanta
força, que acabou por fazer um buraco onde caiu e nunca mais se ouviu falar
dele.
“Entrou por uma porta e saiu por
um canivete
e quem quiser que conte mais sete”
(recontado por Ana Deister)
Estou interessada em adquirir uma copia do calendario 2114. Como pagar.?
ResponderExcluirAguardo resposta
Resposta p/ geo.conceicao@gmail.com